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LUSOFONIA E CIDADANIA




A situação mundial que se vive, por tristemente mais realista que se possa descrever, não retira o otimismo e a confiança na capacidade humana para, a médio prazo, reconverter fatores negativos em positivos e, correlativamente, alterar para muito melhor o que hoje mais nos deprime.

É nesse sentido que vai o objetivo do presente trabalho. Esta é a pequenina quota-parte de colaboração que se espera, confiantemente, possa ser seguida, ampliada e melhorada por milhões de pessoas em todo o mundo, com as mais diferentes condições e responsabilidades.

A estratégia para refletir sobre a situação atual não se reduz, apenas, ao tempo e espaço, a alguns minutos, horas, dias ou mesmo meses, nesta ou naquela cidade, antes se vem desenvolvendo, ao longo das últimas décadas e com determinação a prosseguir por tempo indeterminado, então e depois, na prática.

A ambição é contribuir para a formação de um novo cidadão, desde logo e a partir do espaço lusófono em geral e, particularmente, no que ao Brasil e a Portugal respeita.

É uma tarefa imensa e impossível de realizar apenas por uma pessoa, mas acredita-se que é exequível, se todos se interessarem por esta problemática. Porque a pessoa humana tem de ser muito mais do que: uma sofisticada máquina de produção; ou um especialista único e famoso; ou ainda um técnico da mais avançada e complexa tecnologia; ou um mero número estatístico.

O ser humano, na sua grandeza e dignidade de pessoa, há-de converter-se no simples cidadão que: pela educação, formação e pelos conhecimentos; pela experiência, pelo bom senso, pela prudência; pelas atitudes exemplares, facilitará o relacionamento, a boa convivência, a vida boa entre todos os seus congéneres e entre estes e a própria natureza, da qual ele próprio faz parte, onde as pessoas e os grupos possam conviver, no respeito de uns para com os outros, porque se cada indivíduo se tornar cúmplice no desenvolvimento, na formação e na consolidação de novos cidadãos então, dentro de poucas gerações, o homem viverá uma nova fase da sua vida, no seio de comunidades verdadeiramente humanas e terá, finalmente, um sentido para a sua existência.

A sociedade representada nos responsáveis pelas diversas instituições, não pode desperdiçar o contributo daqueles que manifestam a sua determinação em contribuir para a educação e formação de novos cidadãos, numa perspectiva moderna, sensibilizados para outros valores que não apenas os materiais, preparados para intervir nos variados domínios da atividade humana, dotados dos conhecimentos teóricos e práticos para alcançar objetivos universais que aproveitem ao maior número de pessoas.

É fundamental criar instrumentos legais que possibilitem a participação dos mais velhos, na formação dos mais novos, porque a vida de cada um não pode ser, permanentemente, usada como cobaia, como laboratório de experiências, como meio para se atingirem fins que violam a dignidade da pessoa humana.

Só a conjugação de qualidades como: prudência, sabedoria, maturidade e experiência dos mais velhos; a inovação, voluntarismo e generosidade dos mais novos, permitem construir este novo cidadão, uma outra sociedade, um mundo onde todos se sintam bem, importantes e úteis, um espaço e tempo de prazer.

Ressalvando outras e melhores opiniões, justifica-se, portanto, o lançamento deste projeto que, depois de avaliado, será levado à prática, desde que as entidades públicas e privadas, assim o desejem, e nele queiram participar, tanto mais oportuno, quanto é certo que mais um país foi aceite, de pleno direito, no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – a Guiné Equatorial.

Um pouco à margem deste empreendimento, se vem trabalhando desde há algumas décadas, contudo, necessário se torna oficializar, e implementar as ideias que aqui se vão discutindo. Os limites de idade não devem ser obstáculo, pelo contrário, podem servir para exemplificar de como é possível, as pessoas manterem-se úteis à sociedade, qualquer que seja o seu escalão etário, estatuto socioprofissional e económico.

Admite-se tratar-se de um trabalho difícil, porém, estimulante e reconfortante. Há na comunidade académico-científica da sociedade lusófona, elementos de informação riquíssimos, fontes para pesquisa pouco divulgadas, autores de craveira internacional, a quem se recorre e que serão citados, com redobrado orgulho, contribuindo também para a sua maior divulgação e enaltecimento, porque, para além de aspetos, situações e problemas graves na sociedade que, realisticamente, se apontam, também existem excelentes cientistas, técnicos e tecnologias e, no final, aparecerá o melhor cidadão possível do mundo, justamente a partir dos Recursos, da Ciência, da Técnica, da História, da Filosofia, do Direito, da Cultura, enfim, dos autores lusófonos, a quem aqui se presta reconhecimento.

Valoriza-se, ao longo dos trabalhos, que integram este projeto, com a maior simplicidade e dignidade, o que é próprio, evitando cair em quaisquer tipos de etnocentrismos, xenofobismos, racismos, e outras posições fundamentalistas. A autoestima é um valor que se deve cultivar, aprofundar, divulgar e praticar com persistência, justamente no sentido antropológico da cultura, e que o cidadão lusófono, que aqui é defendido, poderá ser um exemplo a seguir.

A Comunidade Lusófona, espalhada por todos os continentes, é credora deste singelo tributo, merecedora da maior divulgação possível, deixando de ser como que o “parente pobre”, pelo menos em certos areópagos internacionais. Afinal, o Homem-cidadão tem que ser alvo, em qualquer parte do mundo, do respeito, estima, consideração e dignidade, que assiste e prevalece em toda a pessoa humana, independentemente do poderio do país de naturalidade.

Angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, portugueses, são-tomenses e timorenses e agora o povo da Guiné Equatorial, bem como alguns macaenses e indianos, orgulhar-se-ão deste cidadão que se comunica, se interrelaciona e se emociona na língua de Camões, com exceção, por enquanto, da Guiné Equatorial, é o único país da África de idioma oficial castelhano. Apesar de a Guiné Equatorial ter decretado a língua francesa e, mais recentemente, a língua portuguesa como línguas oficiais, elas não são faladas no território.

Que maior privilégio se poderia alcançar, do que este simples reconhecimento de uma língua comum, uma história parcialmente partilhada por algumas centenas de milhões de seres humanos, pelas quais se sentem, afetiva e emocionalmente, ligados?

Que maior honra do que ser-se cidadão do mundo com a marca da lusofonia? Sejam quais forem os regimes político-institucionais, acredita-se que os seus responsáveis tudo farão para que este valor, que é a lusofonia, se aprofunde e consolide, para que o novo cidadão dele emergente, seja o produto final que todos desejarão interiorizar e imitar.
Escolas de todos os níveis de ensino e Centros de Formação Profissional, constituem, com os restantes intervenientes no processo, a base de todo o sistema axiológico. Não bastam as disciplinas ditas técnicas, nem as denominadas ciências exatas. Outros domínios do conhecimento e da reflexão tornam-se cada vez mais essenciais, cujo aprofundamento, poderá verificar-se ao nível superior:

Na verdade: «A motivação filosófica refere-se ao papel que a universidade tem na sociedade brasileira, ou seja, ela procura adequar as actuações na universidade no sentido do fortalecimento da nação. Estas actuações se dão no sentido de formar lideranças intelectuais comprometidas com a solução dos graves problemas socioeconómicos do Brasil, além de sua atuação directa neste cenário através da sua actividade de pesquisa e de extensão. (...)

Mas por que pesquisa e extensão são tão importantes para uma universidade? Em primeiro lugar pelo efeito direto de seus resultados. O país precisa de avanços que trazem a ciência e a tecnologia. A extensão, por sua vez, gera inegáveis ganhos para a comunidade com a qual a universidade se relaciona. (...) A formação de lideranças intelectuais com sólida capacidade crítica é cada dia mais fundamental para a soberania de um país em um mundo cada dia mais globalizado.
Combinar filosofia com exigências governamentais e sustentação financeira não é, desta forma, uma missão impossível.

É bom para o país, é bom para o Governo e é bom para os proprietários de universidades. A longo prazo, por fim, a implantação da pesquisa e extensão trará benefícios únicos. Os alunos que estudarem em universidades deste tipo inegavelmente terão uma melhor formação e o mercado saberá identificar isso.» (GARCIA, 2002 on-line, http://www.mgar.vet.br/textos/asp). O que desejam os brasileiros, certamente é pretendido pelos restantes países da lusofonia.


Bibliografia

GARCIA, Maurício, (2002). Filosofia, exigências governamentais e sustentação financeira: é possível combiná-las? On-line: http://www.mgar.vet.br/textos/asp)


“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
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Venade/Caminha – Portugal, 2025
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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