GRUPO POÉTICO CAMINHO DE SENSIBILIDADE.
-
terça-feira, 11 de março de 2025
Triste fim de quem morre sozinho. Estava pensando exatamente assim...como a vida é cruel…
E engana-se quem pensa que é alguma coisa.
Somos apenas folhas levadas pelo vento...e muitas das vezes tombamos onde nem se quer imaginávamos.
Chorando aqui... é desse jeito...triste ser esquecida em vida... o telefone não toca.. a mensagem não chega..
Esqueceram de você, creio que não...
Mas, num mundo cheio de distrações muitas vezes, nos esquecemos uns dos outros.
Não custa nada... mas o dia passa numa carreira veloz.
Entre afazeres e obrigações e quando nos damos conta já é noite outra vez..
E o telefone não tocou... a mensagem não chegou...mais amanhã é outro dia.... quem sabe...??
E assim vamos passando a vida.
E sem perceber nos toramos um móvel velho e indesejado por muitos…
Ou disputado por poucos, criando traças e poeiras.
E se alguém lembrar, de nos passar um espanador, talvez duremos mais um pouco.
Muitas vezes, confiamos porque temos alguém mais jovem alguns anos ao nosso lado...
E como a vida é imprevisível, esse ser parte antes de nós.
E ficamos assim...perdidos, calados...esquecidos da mente e da alma. Entre títulos e prêmios...entre sucesso e carreira... Entre amigos e familiares...o que nos sobrou?
Sombras... De quem foi a culpa? De quem se afastou e não cuidou?
Ou de quem não soube amar e cuidar?
Não sei se existe culpado. Creio que colhemos o que não plantamos... Pois, muitas vezes, temos certeza do que plantamos e não somos contemplados com uma boa colheita...
E de novo...de quem é a culpa? De quem plantou e não soube colher?
Ou de quem colhe o que não plantou?
De novo não sei se existe culpa...
Ou se a vida muitas vezes não é justa com todos.
Damos vozes em vida a personagens que nunca seremos, e no fim da vida nos tornamos fantasmas de nós mesmos.
Triste, o fim de quem morre sozinho...
Esquecido...sem ter quem lhe dê um último gole de água...
Quem lhe olhe num último olhar...
Quem feche seus olhos na hora da partida.
Enquanto estamos andando sobre duas pernas, não nos damos conta de quão triste é a solidão.
Enquanto somos donos de nós mesmos, muitas vezes somos arrogantes, altivos, não dependendo de ninguém...
Mas....somos apenas aparência...em muitos caminhos nos perdemos de nós mesmos....
Mas... Ninguém merece ser condenado ao silêncio, ao desprezo, à morte silenciosa de gestos e palavras enquanto vive, nem mesmo quem fez por merecer.
Autora: Tete Oliveira Data: 10/03/25
Cabo Frio/RJ, 10.03.2025
Brasil