Reflexões de um Professor Português
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domingo, 3 de novembro de 2024
Sumário
1. Introdução; 2. Desenvolvimento; 3. Resumo Conclusivo; 4 Bibliografia
1. Introdução
É pelas convicções nos valores, princípios e atitudes que, certamente, melhor nos moveremos, numa sociedade cada vez mais global, complexa e heterogénea, para o que se torna necessário estarmos psicológica e intelectualmente abertos: à tolerância, ao respeito pelas diferenças étnicas, políticas, filosóficas, religiosas, profissionais e sociais, sem complexos de nenhuma ordem, num quadro de permanente cooperação entre pessoas, entre povos, entre nações.
Salvo raras e dramáticas excepções, onde a força das armas foi utilizada para, alegadamente, defender direitos fundamentais da humanidade, violados por minorias elitistas (Iraque/Kuwait, Indonésia/Timor, Jugoslávia/Kosovo, Israel/Palestina, Síria, entre outros) estará inequivocamente provado que terá de ser pela força da razão, do diálogo, da democracia e da solidariedade que o Homem resolverá os problemas mais prementes.
Trata-se de um caminho difícil, de paciência, de persistência, de cedências recíprocas, mas que, indubitavelmente, nos conduz à sublime dignidade de podermos ser, finalmente, “pessoas humanas civilizadas”.
Não é nada fácil, a um qualquer cidadão, optar por caminhos tão complexos e assumir papéis públicos e privados, em coerência com as metodologias que são indispensáveis aplicar para, ao fim de um determinado tempo e percurso, podermos vislumbrar alguns resultados, por pequenos que eles sejam. Sim, porque o resultado final há-de ser, sempre, um produto inacabado, ainda que em constante aperfeiçoamento.
Ao longo desta caminhada, cada um de nós, terá de assumir-se, inequivocamente, como um paladino dos princípios, valores, sentimentos e emoções que deverão nortear as sociedades modernas, onde, de resto, quase nada de material nos falta, mas, também, onde reina, infelizmente, muita discórdia, onde os espíritos não sossegam e vivem em profunda e quase permanente ansiedade.
2. Desenvolvimento
Em termos de estratificação etária, gostaria que me permitissem, na perspetiva do aprofundamento desta reflexão, tendo em consideração os estudos sociais, quanto à esperança de vida, sugerir uma sequência simplificada da progressão do Homem, este integrado numa sociedade em desenvolvimento.
Consideraria, então, quatro períodos ou fases importantes da vida de todos nós: 1) período de preparação para a vida ativa; 2) fase da vida produtiva, 3) etapa de passagem de testemunho; 4) espaço de preparação para uma outra existência transcendental, quaisquer que sejam as nossas convicções teleológicas.
No primeiro período, a sociedade, com todas as suas instituições: família, escola, igreja, política, tem a obrigação de preparar o jovem para assumir um papel no seio da comunidade; num segundo percurso, o “jovem-adulto; integrar-se-á, numa sociedade complexa, ativa competitiva, desenvolvendo uma atividade profissional produtiva, contribuindo para o aumento da riqueza material, mas também, paralelamente, para o enriquecimento intelectual e espiritual dessa mesma comunidade, intervindo sempre que possível, nos diversos setores da vida societária; numa terceira fase, na qual, este homem que, gostaríamos pudesse vir a ser o cidadão do futuro, carregado de experiências, dotado com uma maturidade consolidada, cauteloso, previdente, moderado, tolerante e cooperante, possa, pelo seu exemplo, pela sua sabedoria, transmitir, compartilhar, estimular, precisamente, todos aqueles adolescentes e jovens da primeira idade da vida e, finalmente, no espaço temporal que lhe restará, segundo a esperança de vida e em condições normais, consciencializar-se para um fim biológico próprio da dignidade da pessoa humana e iniciar toda uma meditação e preparação para uma outra existência.
Resumiríamos, na medida do possível, quantificando, aqueles 4 períodos ou fases, os quais compreenderiam: o primeiro até aos 23/25 anos; o segundo dos 23/25 aos 60/65; a terceira fase entre os 60/65 até cerca dos 80 anos e finalmente a última fase prolongar-se-ia até à morte física, podendo haver entre aquelas idades, pequenos períodos de cerca de 2/3 anos de transição.
Todos somos necessários e úteis em qualquer idade, é isto o que pretendo provar com a teoria que acabei de expor nestes parágrafos, porque temos a obrigação de desenvolver um projeto de vida privada e pública, enquanto possuidores das capacidades físicas, intelectuais e éticas, adequadas a tais projetos e à sociedade.
Sabemos ser difícil abdicar, quando necessário ao bem comum, de posições individualistas; custa-nos, por vezes, perder privilégios que obtivemos com algum esforço próprio, mas, nem sempre, por processos legítimos, transparentes e não prejudiciais a terceiros.
Agimos, em certas circunstâncias, a partir de velhos e desajustados preconceitos. Exercemos, em certas situações, o autoritarismo para dominarmos e humilharmos aqueles que podem obstaculizar os nossos projetos egoístas, individualistas, hipócritas e desmesurados, em prejuízo de terceiros. Contribuir para a mudança, também é função do professor/formador.
A idade, o percurso efetuado nas primeiras etapas, desta breve “corrida” pelo mundo terreno, em que nos encontramos, dão-me a possibilidade de, pelas experiências vividas, com maior ou menor intensidade, com maior ou menor sucesso, poder, a partir de agora, e como refiro nesta reflexão, iniciar, com proveito para a sociedade, a terceira etapa. Estou disponível, estimulado, determinado e preparado, ainda que minimamente, para passar este testemunho, repleto de vivências, atitudes, valores e princípios, aos “atletas” da primeira etapa.
Assim, pretendo justificar o meu interesse, empenhamento e dedicação com uma metodologia muito simples mas objetiva: primeiro, conseguir, pelos estudos que venho fazendo nos últimos trinta anos, alcançar mais uma pequena “meta-volante” desta etapa; segundo, manter-me e envolver-me mais profundamente no ensino, educação e formação profissional como atividades nobres, úteis e motivantes para mim e para a sociedade que, em cada momento e lugar, vou fazendo parte; terceiro, continuar a participar na vida ativa comunitária, seja ao nível político-institucional, seja no âmbito socioprofissional, seja no quadro das coletividades e organismos intelectuais, culturais, mutualistas, humanitários e de solidariedade social, preferencialmente.
Este desígnio terá a garantia da minha determinação na implementação de um projeto de vida que possa ser útil, ainda que simbolicamente, à sociedade em geral, mas e fundamentalmente, às comunidades de língua portuguesa e, nesta linha, tentarei sempre ser fiel à língua, à história e à cultura dos povos que adotaram como pátria a língua lusitana.
Nenhum sistema político-constitucional, nenhum Governo, nenhum cidadão, têm o direito de excluir da vida ativa da sociedade, aqueles que, independentemente de terem ou não frequentado estabelecimento de Ensino Superior, se prepararam também na Universidade da Vida, porque sabemos o suficiente para aceitarmos sem reservas, que, atualmente, o conhecimento científico, as técnicas e tecnologias, os paradigmas, não são absolutos e imutáveis, bem pelo contrário, a transitoriedade, a insuficiência, o desconhecido e o misterioso, provocam-nos tal ansiedade e insatisfação que, para além dos princípios e valores imateriais e espirituais, pouco, muito pouco, poderá ser definitivamente seguro e estável.
É aqui, e por isso mesmo, que entram atitudes, princípios, valores, sentimentos, emoções, direitos e deveres que a universidade da vida nos ensina. A impetuosa generosidade e voluntarismo da juventude; o calculismo, a objetividade inconfessável e o materialismo que ainda adultos ativos, procuram justificar certas atitudes e comportamentos, devem ser moderados, caldeados, temperados com esta prudência sábia que se adquire ao longo da vida e que deve ser transmitida, incutida, estimulada em toda a sociedade, e a todos os níveis etários, porque afinal, ninguém estará isento de erros, de atitudes menos boas, incorretas e injustas, de comportamentos menos exemplares, por isso, todos seremos poucos para melhorarmos a convivência entre cidadãos desta mesma pátria ecuménica que todos habitamos.
3. Resumo Conclusivo
É pelas convicções nos valores, princípios e atitudes que, certamente, melhor nos moveremos, numa sociedade cada vez mais global, complexa e heterogénea, para o que se torna necessário estarmos psicológica e intelectualmente abertos: à tolerância, ao respeito pelas diferenças étnicas, políticas, filosóficas, religiosas, profissionais e sociais, sem complexos de nenhuma ordem, num quadro de permanente cooperação entre pessoas, entre povos, entre nações.
Em termos de estratificação etária, gostaria que me permitissem, na perspetiva do aprofundamento desta reflexão, tendo em consideração os estudos sociais, quanto à esperança de vida, sugerir uma sequência simplificada da progressão do Homem, este integrado numa sociedade em desenvolvimento.
Consideraria, então, quatro períodos ou fases importantes da vida de todos nós: 1) período de preparação para a vida ativa; 2) fase da vida produtiva, 3) etapa de passagem de testemunho; 4) espaço de preparação para uma outra existência transcendental, quaisquer que sejam as nossas convicções teleológicas.
Resumiríamos, na medida do possível, quantificando, aqueles 4 períodos ou fases, os quais compreenderiam: o primeiro até aos 23/25 anos; o segundo dos 23/25 aos 60/65; a terceira fase entre os 60/65 até cerca dos 80 anos e finalmente a última fase prolongar-se-ia até à morte física, podendo haver entre aquelas idades, pequenos períodos de cerca de 2/3 anos de transição.
Todos somos necessários e úteis em qualquer idade, é isto o que pretendo provar com a teoria que acabei de expor nestes parágrafos, porque temos a obrigação de desenvolver um projeto de vida privada e pública, enquanto possuidores das capacidades físicas, intelectuais e éticas, adequadas a tais projetos e à sociedade.
Nenhum sistema político-constitucional, nenhum Governo, nenhum cidadão, têm o direito de excluir da vida ativa da sociedade, aqueles que, independentemente de terem ou não frequentado estabelecimento de Ensino Superior, se prepararam também na Universidade da Vida, porque sabemos o suficiente para aceitarmos sem reservas, que, atualmente, o conhecimento científico, as técnicas e tecnologias, os paradigmas, não são absolutos e imutáveis, bem pelo contrário, a transitoriedade, a insuficiência, o desconhecido e o misterioso, provocam-nos tal ansiedade e insatisfação que, para além dos princípios e valores imateriais e espirituais, pouco, muito pouco, poderá ser definitivamente seguro e estável.
Bibliografia
BÁRTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (1989). “Violência e Autoridade Marítima”, Monografia do Seminário de Licenciatura em Filosofia, in Jornal O Caminhense de 15-11-1989 a 05-05-1990;
BÁRTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2002) Silvestre Pinheiro Ferreira: Paladino dos Direitos Humanos no Espaço Luso-Brasileiro, Dissertação de Mestrado, Braga, Universidade do Minho. (Não publicada)
BÁRTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2006). “Cooperação Brasil-Portugal, Inspirada em Silvestre Pinheiro Ferreira (1769-1846) ”, Campinas SP: Metrocamp Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas – Brasil, in www.metrocamp.com.br; (Artigos) 27/06/2006,
BÁRTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2006). “Será Necessário um Código de Direitos Humanos”, Campinas SP: Metrocamp Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas – Brasil, in www.metrocamp.com.br (Artigos); 16/05/2006,
BÁRTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2007) Educação para a Cidadania Luso-Brasileira: Um Projecto de Formação ao Longo da Vida. Tese de Doutoramento, em fase final para apreciação por uma Universidade Portuguesa ou Brasileira.
“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
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Venade/Caminha – Portugal, 2024
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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