Deveres impostos pela Ética e pela Etiqueta
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segunda-feira, 9 de setembro de 2024
Um comportamento profissionalmente responsável é, portanto, o que se exige, em todos os contextos do exercício, de uma determinada atividade profissional, o que não significa que, por exemplo, o técnico especialista numa determinada área do saber, seja obrigado a ter o mesmo comportamento, quando está numa outra situação -, o professor, enquanto tal, é responsável no respetivo contexto escolar; quando em convívio, fora daquele âmbito, não pode ser profissionalmente responsabilizado -.
Mas é evidente que a ética geral, com etiqueta, impõe deveres, como, entre outros, a educação, a correção, a afabilidade, a não divulgação do que, naquele ou em outros dias se passou num dado contexto e, aprofundando mais, a responsabilidade ficará totalmente ferida quando, qualquer que seja o encadeamento, se viola a própria deontologia ou código de conduta profissional.
A responsabilidade profissional, obviamente que, em primeira análise, é imputada em contexto profissional e durante o ato profissional ou às consequências que se lhe seguirem. Todavia, importa também, salvaguardar uma certa honorabilidade e conduta deontológica, em quaisquer outras circunstâncias, quando os factos possam conduzir a situações que, de algum modo, prejudiquem o profissional e o beneficiário dos seus serviços.
Claro que não se podem misturar os diversos papéis que, ao longo do dia, qualquer pessoa vai desempenhando, apesar de em todos eles se ser, mais ou menos, profissional.
Refletindo mais profundamente sobre o tema em título: ou se é sempre profissional, incluindo atividades ditas amadoras e de lazer; ou se é apenas em contexto do exercício de uma determinada atividade, que proporciona os recursos de subsistência e esta considerada, portanto, como a principal. Afigura-se que o mais desejável será, em qualquer âmbito, ser-se verdadeiramente profissional e, nesta última situação, entende-se como profissional qualquer atividade bem exercida, contudo, sem pretensão à perfeição absoluta.
Naturalmente que é fundamental, em primeira mão, que haja uma preocupação maior, quanto à responsabilidade em contexto profissional, porque tal exigência, e preocupação, vêm contribuir para que haja melhores condições e qualidade de vida. Da medicina à limpeza de uma rua, tudo tem de ser muito bem feito.
Dos estudos, à aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, depende o sucesso da humanidade. Da interpretação dos princípios e valores democráticos, à sua prática corrente, se poderá construir um mundo mais humanizado. Finalmente, do exercício profissional da cidadania vai depender o respeito, a boa-convivência, tranquilidade e paz dos cidadãos.
Para existir uma verdadeira responsabilidade profissional, em qualquer contexto, é essencial passar-se a mensagem, e também o comportamento, de que cada cidadão deve ser professor do seu semelhante, no sentido de, pelo exemplo, lhe transmitir: princípios e valores; normas e boas-práticas. Tratar-se-ia de construir-se um cidadão docente e, ao mesmo tempo, um cidadão aprendente.
Nesta linha de orientação: «(…) o conceito de cidadania docente veio a ser operacionalizado em quatro dimensões: comportamento participativo, orientação prática, conscienciosidade, cortesia. (…). As 4 dimensões de cidadania docente identificadas têm impacto na autoconfiança e sobretudo na motivação dos estudantes, para além de distinguirem entre professores bons e fracos e de se correlacionarem com o desempenho dos estudantes.» (REGO, 2003:20).
Portanto, é legítimo exigir-se responsabilidade em todos os contextos, até para os estudantes que, afinal, serão os futuros dirigentes de uma sociedade que se deseja mais pacífica. Ser profissional implica conhecimentos teóricos e práticos, conjugá-los e colocá-los ao serviço da comunidade, envolve matérias do “Saber-ser”, do “Saber-estar”, do “Saber-conviver-com-os-outros” e do “Saber-fazer”, sem quaisquer supremacias de uns em relação aos outros. Ser responsavelmente profissional pressupõe: humildade no relacionamento entre seres da mesma espécie, independentemente de quaisquer estatutos.
A responsabilidade profissional, em quaisquer contextos, será, portanto, uma forma inequívoca de estar e de fazer, que se pode ir adquirindo ao longo da vida, mas que deve começar bem cedo, a partir da escola, com a resolução correta de problemas, em diversas situações: família, amigos, empresa, religião, política e outras.
Por isso: «A educação escolar, muito mais do que limitar-se a transmitir conhecimentos terá assim de capacitar os alunos para a resolução de problemas da vida (…) promovendo o seu desenvolvimento psicológico – num caminho progressivo para uma desejável autonomia do eu, em atitude de profundo respeito pela diferença do outro e num quadro de uma saudável integração no mundo – e confrontando-os com a questão incontornável dos valores …» (BENTO, QUEIRÓS e VALENTE, 1993:5).
Responsabilidade profissional será, cada vez mais, a condição exigida a todo e qualquer cidadão para se credibilizar, para vencer na vida contra determinadas situações e valores adversos à dignidade da pessoa humana. As crises não surgem por acaso, mas, inevitavelmente, pela irresponsabilidade, pelo egoísmo e pela inversão de valores.
O que estava a ocorrer no mundo (2009-2015), poderá constitui um evidente sinal do que se acaba de afirmar e que por outras palavras se tem feito eco nos órgãos da comunicação social portuguesa. (cf. TSF, 18 abril 2009, noticiário das 16H00).
Hoje, 2024, a situação em várias regiões e países, a situação é catastrófica: guerras, ditaduras, fome, morte de milhares de pessoas inocentes. Migrantes que abandonam as suas terras, apenas com a roupa do corpo, deixando tudo para trás para fugirem a um fim de execuções bárbaras. Autênticos Holocaustos.
Bibliografia
BENTO, Paulo; QUEIRÓS, Adelaide; VALENTE, Isabel, (1993). Desenvolvimento Pessoal e Social e Democracia na Escola. Porto: Porto Editora
REGO, Arménio, (2003). Comportamentos de Cidadania Docente: na Senda da Qualidade no Ensino Superior, Coimbra: Quarteto Editora.
“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
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Venade/Caminha – Portugal, 2024
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
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