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COLABORADORES COMPETENTES PARA O SUCESSO




Essencial para um candidato e para a comunidade que pretende servir, é a constituição de: uma equipa de colaboradores competentes, sensibilizados para as situações que mais afetam o universo comunitário onde vão trabalhar; entusiastas e dinâmicos, face aos projetos a implementar e aos resultados a alcançar; trabalhadores, idóneos, solidários, democratas e humildes; e, ainda, porque:

«Nos tempos modernos, requere-se que se agreguem valores em tudo o que se mostra, se faz e se produz. O novo paradigma é, neste caso, cultura e inteligência com resultados. Este novo paradigma não somente é uma evolução em termos de valor, como também contribuirá para uma mais rápida evolução de tudo. Com mais objectividade e foco em resultados, tudo tende a evoluir mais rápida e efectivamente.» (RESENDE, 2000:52).

É, portanto, perfeitamente aceitável, que um candidato faça promessas, quando realmente tem de as fazer, mas que as cumpra, como igualmente se admite que conceba e divulgue objetivos, mas que os atinja, e, se possível, os ultrapasse.

Em qualquer das situações – prometendo ou não prometendo – deverá ter o cuidado, principalmente quanto promete, de não estar a cometer alguma ilegalidade, designadamente, sempre que promessas e objetivos colidem com normas legais.

Significaria que, logo à partida, no início de qualquer campanha eleitoral, apresentar um programa que viole preceitos jurídicos, e até normas de conduta social tradicionais, o candidato revelar-se-ia incompetente para desempenhar o cargo para o qual está a concorrer.

Nesse sentido, uma primeira e boa promessa, pode circunscrever-se, na circunstância de se tratar de uma eleição para uma autarquia local, ao disposto no preceito constitucional, tendo a obrigação de saber que:

«As autarquias locais são pessoas colectivas territoriais dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas.» (CRP, 2004:87, Artº 235º nº 2).

As questões legais, éticas, culturais e religiosas são muito melindrosas para se incluírem, de ânimo leve, num qualquer programa eleitoral: por exemplo, discriminar, negativamente, uma determinada confissão, além de inconstitucional, pode revelar, por parte do candidato, sentimentos inaceitáveis de intolerância religiosa, numa sociedade que se pretende civilizada, tolerante e defensora da liberdade de religião e de culto; valorizar, excessivamente, a cultura nacional, em prejuízo das culturas dos imigrantes, por exemplo, constitui, manifestamente, preconceito etnocêntrico, incompatível com uma política democrática de diversidade cultural, de plurimulticulturalismo ou, mais proativamente, e segundo um paradigma conceptual mais recente e inovador, de interculturalismo.

Em quaisquer circunstâncias, a formação ético-moral do candidato vai ser decisiva para evitar a descredibilização total do próprio e, eventualmente, da força política que representa, no limite, do sistema político democrático.

O que se recomenda a qualquer candidato, a um cargo de eleição, é que se consciencialize profundamente, e reflita nas propostas que tenciona apresentar ao eleitorado, do qual vai depender a sua eleição, de tal forma que possa garantir, sem margem para dúvidas, que o seu plano de ação: é o melhor; vai ao encontro das necessidades do eleitorado; que é exequível; que o vai cumprir, integralmente, conforme consta do documento que o suporta, na medida em que: «Não há nada de errado em fazer planos detalhados, mas é importante que os mesmos sejam realistas, porque, mais tarde ou mais cedo, terá de os pôr em prática.» (GREENER, 2004:178).

Assim, todo e qualquer projeto que é incluído num programa eleitoral, e prometido que vai ser executado, deve implicar a noção do grau de maior, ou menor dificuldade, para a sua realização, ter elementos bem seguros e estratégias que garantam o cumprimento dessa promessa, o que, por sua vez, exige alguma sensibilidade, e disponibilidade para a gestão de projetos, diretamente pelo candidato ou, por sua delegação, da equipa de colaboradores que o vão assessorar.

Com efeito:

«A gestão de projectos consiste no planeamento, na supervisão e no controle de qualquer actividade, ou conjunto de actividades que conduza a um determinado resultado, num dado momento e de acordo com padrões específicos de qualidade (…). A gestão de projectos relaciona-se com garantir que as coisas são feitas, tal como foi pedido ou prometido. (…). As três principais actividades da gestão de projectos são: planear, implementar e controlar o projecto.» (ARMSTRONG, 2004:159).

Como ideia nuclear, pode-se referir que constitui uma responsabilidade irrevogável o cumprimento das promessas que se fazem, a um determinado eleitorado (veja-se, por exemplo, no caso dos crentes, como eles cumprem as suas promessas, quantas vezes com sacrifícios verdadeiramente desumanos).

É necessário que o candidato domine, muito bem, os requisitos para elaborar, implementar e controlar um determinado projeto, que conheça, perfeitamente, a disponibilidade dos recursos financeiros, técnicos e humanos de que poderá dispor, antes, ainda, de ser eleito, e se um tal projeto corresponde às reais necessidades, e legítimas aspirações da população onde vai ser desenvolvido.

A seleção de melhoramentos, benefícios e respetivas prioridades devem ser estabelecidas, depois de auscultados os interessados.

É preciso ter-se uma forte sensibilidade ético-moral para cumprir com o que se promete, de contrário, até será mais inteligente, da parte do candidato, não se expor, não prometer, além de muito mais benéfico para o eleitorado.

As promessas eleitorais não devem ser encaradas como mera propaganda, do tipo “publicidade enganosa”, de “caça ao voto”.

As pessoas merecem total respeito e, em circunstância alguma, não devem servir de meios para se alcançarem determinados fins pessoais. A isso corresponderá o desmoronamento total do sistema democrático em geral e do Poder Local em particular.

Bibliografia

ARMSTRONG, Michael (2005). Como ser Ainda Melhor Gestor. Guia completo de técnicas e competências essenciais. Tradução,
Geraldine Correia e Raquel Santos. Lisboa: Atual Editora

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA, (2004), Versão de 2004. Porto: Porto Editora.

GREENER, Mark, (2004). Tempo para tudo. Organização e Gestão pessoal. Tradução, Alexandra Lemos, revisão e adaptação técnica: Osvaldo Santos, psicoterapeuta, 1ª edição portuguesa, dezembro/2004, Lisboa: Edideco, Editores para a Defesa do Consumidor.

RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark


“NÃO, ao ímpeto das armas; SIM, ao diálogo criativo/construtivo. Caminho para a PAZ”
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