Civilização Ocidental Enquanto Macrocultura
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sábado, 17 de agosto de 2024
Nem só as guerras bélicas são as únicas tragédias que a humanidade vem sofrendo e, conforme o século XX avançava, também a vida diária das pessoas atravessava mudanças, devido aos desenvolvimentos científicos e tecnológicos e, nesta rápida e irreversível evolução da ciência, muitas mentalidades se alteraram, novas formas de violência, opressão e violação dos direitos humanos foram surgindo, algumas delas, antes impensáveis.
Não se pode, hoje, terceira década do século XXI, ignorar as questões raciais que não só conduzem a graves conflitos armados, como também à mais vil e deprimente escravatura humana, e aqui ocorre uma pergunta radical:
Quem são os escravos modernos? São todas as pessoas, principalmente as crianças e as mulheres, vítimas da mais desenfreada, desumana e vergonhosa exploração sexual? Depara-se, hoje, com cartazes turísticos que, apelativamente, passam mensagens do género: “Turismo sexual na Tailândia. Garotas de verdade. Sexo de verdade. Barato de verdade. Uma virgem por apenas 200 dólares!”
Vem esta reflexão a propósito do tema que se pretende desenvolver, integrado na monografia da “Universidade da Vida: Licenciatura para o Sucesso”, e que, efetivamente, gira à volta de um dos grandes problemas da atualidade que é o reconhecimento num Estado Constitucional e Democrático, da identidade, autenticidade e sobrevivência das sociedades multiculturais, e o seu direito à reprodução social, onde se incluem as minorias.
O reconhecimento e aceitação da multiculturalidade são preocupações para o futuro, ou permanecerão um problema do passado? O multiculturalismo deverá constituir-se como um bem necessário, a desenvolver-se por toda a humanidade, como riqueza e património mundiais ou, pelo contrário, dever-se-á caminhar para o monoculturalismo, assente no facilitismo do entendimento neológico, dos seres humanos, uns para com os outros?
Numa perspectiva humanista, com uma mentalidade democrática, não podem restar muitas dúvidas, quanto ao futuro que convém à humanidade! Um futuro intercultural, tolerante, fraterno, democrático, será a saída honrosa de um certo caos instalado.
O homem, desde sempre, tem sentido a necessidade da vivência experienciada da religião, mesmo aquele que não acredita no poder Transcendental da Divindade, em situações-limite, recorre ao Absoluto, qualquer que este Absoluto seja, qualquer que seja o processo, a fórmula utilizada, o homem, desesperadamente esperançado, ainda luta para sair da situação-limite, independentemente da solução adotada, mesmo que aponte para o suicídio.
A religião não poderá ser um valor a ignorar, antes pelo contrário, cada vez mais, faz parte integrante da vida das pessoas, mesmo que, cada uma a pratique à sua maneira, constituindo assim uma dimensão vital, das diversas e universais culturas.
Na linguagem comum, o homem culto seria aquele que tem instrução, teve acesso à produção intelectual da civilização a que pertence (ciência, filosofia, literatura, artes em geral). Muitas vezes, só porque alguém conhece algumas línguas estrangeiras, é considerado “culto”, da mesma forma que, se não frequentou os bancos escolares, é classificado como “inculto”. Aqui, trata-se de outra cultura.
No sentido antropológico, cultura é tudo o que o homem faz, seja material ou espiritual, seja pensamento ou ação. A cultura exprime as variadas formas, pelas quais os homens estabelecem relações entre si e com a natureza: como constroem abrigos para se protegerem das intempéries, como organizam suas leis, costumes e sanções, como se alimentam, casam e têm filhos, como concebem o sagrado, como encaram o profano e como se comportam mediante a morte.
A experiência humana é totalmente diversa (o animal vive em harmonia com a natureza, a sua atividade é determinada por condições biológicas, que lhe permitem adaptar-se ao meio em que vive), sendo livre para agir em discrepância com a sua própria natureza, sobre a natureza e sobre si mesmo. Ao reproduzir técnicas usadas por outros homens, e inventar outras novas, a ação humana se torna fonte de ideias e por isso uma experiência propriamente dita. Numa certa perspectiva:
«A cultura é, portanto, o que resulta do trabalho humano: a transformação realizada pelos instrumentos, as ideias que tornam possível essa transformação e os produtos dela resultantes.» (ARANHA, 1996:14-16).
A civilização Ocidental pode ser vista como uma macrocultura, e a questão que se coloca é a de responder à seguinte interrogação: «até que ponto e precisamente como o conteúdo dos direitos humanos, tal como os conhecemos na sua totalidade, serve como transportador da civilização ocidental e em oposição a outras civilizações com um desvio, claramente ocidental, relativamente expresso e consistente?» (GALTUNG, (1994:24).
Bibliografia
ARANHA, Maria Lúcia Arruda, (1996). Filosofia da Educação. 2a Ed. São Paulo: Moderna.
GALTUNG, Johan, (1994). Direitos Humanos – Uma Nova Perspectiva. Tradução, Margarida Fernandes. Lisboa: Instituto Piaget.
“NÃO, à violência das armas; SIM, ao diálogo criativo. As Regras, são simples, para se obter a PAZ”
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Venade/Caminha – Portugal, 2024
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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
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