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Atitudes Complexas




A vida, nas suas múltiplas facetas, pode transmitir-nos imensos conhecimentos, experiências, oportunidades, e prevenir-nos quanto a situações futuras, que deveremos evitar, todavia, e apesar disso, nós não queremos aprender, até parece que, em determinadas circunstâncias, preferimos continuar a ser humilhados, ignorados, precisamente por aqueles que nós, muitas vezes, defendemos, apoiamos, fomos solidários, amigos e leais.

É inacreditável como algumas pessoas são capazes de: ter comportamentos tão traiçoeiros; tão ingratos quanto desumanos; mas, pelos vistos, é a sociedade que comporta todos estes caráteres, personalidades dúbias e pessoas que apenas querem “estar de bem com Deus e com o Diabo”, servindo-se da boa-fé de quem nelas confia, até conseguirem os seus objetivos, nem sempre muito claros.

Com efeito, quando procuramos levantarmo-nos de um desaire na vida, quando pensamos que voltamos a ter do nosso lado as pessoas certas, aquelas que, mansamente se aproximaram de nós, para implementarem os seus programas, que nos incentivam a aderirmos a elas, eis que, logo após se aproveitarem dos nossos conhecimentos, influências, trabalho e generosidade, delineiam a estratégia para nos afastarem, sem qualquer explicação, sem a mínima consideração, sem o respeito que é devido, entre pessoas bem-educadas, de bons princípios e valores.

Infelizmente, cada vez mais, estas situações proliferam na nossa sociedade, e o mais preocupante é que, normalmente, atingem as pessoas que, de alguma forma, sempre agem com transparência, com o máximo rigor, sem interferirem na vida de quaisquer outras. Ofendem e magoam quem as ajuda a estar melhor na vida e/ou a terem protagonismos, influências e poder.
É intensamente doloroso quando esperamos comportamentos honestos, solidários, amigos e leais, tal como nós os temos, para depois recebermos, rigorosamente, o contrário, de quem menos esperamos, em quem nós confiamos desejos, situações, projetos, enfim, das pessoas a quem nós abrimos muitas das portas e das confidências da nossa vida.

Certamente que: não podemos, nem devemos, julgar todas as pessoas por princípios, valores, sentimentos e comportamentos tão negativos; seguramente que existem imensas pessoas nas quais ainda se pode confiar; naturalmente que a sociedade é composta por bons e maus caráteres, por pessoas generosas e egoístas, por indivíduos que manifestam com sinceridade a gratidão, mas também por aqueles outros que são toda a vida mal-agradecidos e, finalmente, por um outro conjunto de pessoas que, através das mais diversas “habilidades”, vai “levando” a vida, enganando tudo e todos, até um dia!!!

Obviamente que recusamos colaborar para um mundo pior, temos sim a obrigação de construir uma sociedade onde as relações interpessoais sejam verdadeiramente sinceras, onde a consideração, a estima e o respeito, se possível com solidariedade, amizade e lealdade, sejam os denominadores comuns aos diversos relacionamentos, no maior número possível de contextos da vida real. Não há relação pessoal que resista à traição, ao comportamento ambíguo, ao pactuar com os amigos de quem não nos quer bem. É impossível “servir a dois amos ao mesmo tempo”, porque um deles, ou os dois, acabam por ficar mal servidos: mais tarde ou mais cedo, ambos serão traídos.

Existe um longo caminho a percorrer para que a vida entre as pessoas, famílias, amigos, comunidades e na própria sociedade seja verdadeiramente digna, porque a respeitabilidade da pessoa humana também passa pela qualidade, pelos princípios, valores e sentimentos, que se colocam em toda e qualquer relação humana. Não são apenas os aspetos materiais da vida que nos trazem a felicidade, porque esta pode-se definir, desde logo, como um estado de espírito, que nos indica estarmos de bem com os outros e, principalmente, com a nossa consciência.

Acontece, porém, ser muito difícil que, alguém que tenha comportamentos duvidosos, “jogos de cintura”, “elasticidade de caráter”, “cinzentismo de consciência”, para tudo “encaixar”, quaisquer que sejam as situações, princípios, valores, sentimentos e pessoas, consiga ser honesto, assertivo e, acima de tudo, credível.

Pessoas assim, mais tarde ou mais cedo, serão afastadas dos grupos de amigos, colegas, familiares, porque quem hoje está do lado de quem me quer mal, amanhã estará do outro lado, desde que isso seja útil aos seus interesses, aos seus objetivos inconfessáveis. Pessoas deste calibre, não interessam, rigorosamente nada, principalmente a quem defende atitudes de solidariedade, amizade, lealdade, tolerância, consideração e respeito.

Há quem diga que, nos tempos que correm, em que: a hipocrisia, o cinismo, a falsidade e o faz-de-conta imperam, até das próprias sombras se deve desconfiar, porque de repente, o sol se encobre, a sombra desaparece e a pessoa fica novamente sozinha, passando a duvidar da sua própria existência.

Evidentemente que não se deverá recorrer a extremos, mas, em boa verdade, os limites até onde e em quem se pode confiar, provavelmente, devem ser encurtados, filtrados, testados e avaliados, para só depois, paulatinamente, tentarmos acreditar nas pessoas, e abrirmo-nos com o que apenas é essencial a fim de se manter um relacionamento aceitável.

Hoje é possível, através dos mais diversos meios, desde já, as tecnologias da informação e da comunicação, a divulgação de eventos, descobertas científicas, estabelecer relacionamentos virtuais, alguns dos quais até se transformam em reais, criam-se, inclusivamente, amizades para a vida, encontram-se familiares, amigos e pessoas, que estavam ausentes há longos anos, o que significa que estes meios nos proporcionam imensas vantagens.

Mas, por outro lado, também é exequível, precisamente, recorrendo a determinadas “ferramentas” eletrónicas, colocar à disposição pública universal, as mais ignóbeis difamações, utilizar linguagem e imagens indecentes, que ofendem quem lê e/ou vê tais textos/figuras, recorrendo-se, em muitas situações, à desculpa de que tal texto, ou imagem, não são da sua autoria, e que só lê e vê quem quer!!!

Acontece, também, que o nível de educação e formação de algumas pessoas é tão baixo, o conceito de respeito pelos seus semelhantes está tão deturpado dos valores essenciais de uma sociedade civilizada e eticamente responsável, que sob a capa do anonimato, pretendem destruir a credibilidade, a reputação e o bom-nome, de quem lhes apetece difamar.

Possivelmente, falta a estas pessoas a verticalidade, a transparência, a frontalidade e a assertividade para dizerem e escreverem o que realmente pensam, com responsabilidade, verdade e identificação autêntica. O anonimato é uma atitude que resulta de uma de duas situações: ou de uma mente doentia, de quem não tem coragem para assumir a responsabilidade dos seus atos e aceitar o contraditório; ou por receio de represálias contra a sua integridade física, moral, profissional ou outra, bem como de algum familiar.

Uma outra “estratégia” de maledicência é o recurso ao boato, ou seja, constrói-se uma qualquer narrativa, vai-se divulgando, como se costuma dizer, “à boca-pequena”, sem testemunhas, nem quaisquer provas materiais e objetivas e assim se ofende, denigre, difama e se destrói a reputação, honra, bom-nome e dignidade de uma pessoa, família, grupo ou instituição.

Decorre dos três últimos parágrafos que quem se relaciona bem com tais pessoas, e que sabe que estas, por algum daqueles meios, já difamou um amigo, então o procedimento a seguir é muito simples e evidente: afastar-se dos difamadores e solidarizar-se, incondicionalmente, com o amigo ofendido, do qual até já terá recebido provas inequívocas de solidariedade, amizade e lealdade.

Relacionar-se com o agressor, e com o ofendido, sendo, alegadamente, amigo de um deles, parece difícil de entender que haja condições para um relacionamento honesto com os dois. Ter-se-á de se tomar uma opção séria, íntegra, responsável e digna, sob pena de nenhuma das partes ter condições para acreditar em pessoas que, simultaneamente, “estão com Deus e com o Diabo”.

Atravessa-se um período muito difícil na história da humanidade. Hoje, quase que “vale tudo”, vive-se a era do “salve-se quem puder”, o importante é a concretização da materialidade dos objetivos, ainda que para tal se tenha de humilhar, denegrir, ofender e eliminar uma qualquer pessoa, que possa colocar em causa os resultados pretendidos pelo egoísmo de alguém ou, de alguma forma, ofuscar, ainda que involuntariamente, protagonismos de superioridades e manifestações de poder.

O rumo desta longa caminhada terá, portanto, de ser restabelecido, corrigido, sob pena de, daqui a algumas décadas, estarmos sob o domínio de pessoas sem qualquer formação ético-axiológica e humanista, que não vão olhar a meios para atingirem os seus fins de domínio prepotente, de arrogância, de humilhação dos mais velhos, dos subordinados, e não só.

Os princípios, valores, sentimentos e emoções que realmente caracterizam a pessoa verdadeiramente humana, têm de voltar a integrar a educação, a formação, os comportamentos, as relações interpessoais, sempre com base na solidariedade, na amizade, na lealdade, na GRATIDÃO, na assertividade, na prudência, no respeito pela dignidade, honra, reputação e bom-nome das pessoas. Fora deste Rumo, jamais se chegará ao Porto Seguro da nobreza da pessoa humana.

Apanhados de surpresa, entre os fogos de uma guerra cruel, desumana e, a todos os títulos, inaceitável, imploremos a Deus e aos homens, para que o sofrimento de milhões de seres humanos, termine definitivamente. Tenhamos a HUMILDADE de nos perdoarmos uns aos outros, porque o PERDÃO será um dos muitos “Valores Axiológicos” que deixaremos às Gerações Futuras.
GLÓRIA À UCRÂNIA.

Alimentemos o nosso espírito com a ORAÇÃO e a bela música:
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https://www.youtube.com/watch?v=Aif5s90rxoU
https://youtu.be/DdOEpfypWQA https://youtu.be/Z7pFwsX6UVc

Venade/Caminha – Portugal, 2022
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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