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O OUTONO CHEGOU...



Por entre as estações e o amanhecer, ele apareceu ao de leve para ficar.
Não sem trazer consigo fanfarras e tambores a anunciar.
De manhã ou à tardinha com pouco ou muito alarido,
Foi por volta do 21...
Nuvens valsaram pelos céus e viravoltaram folhas ao sabor do vento,
deixando-as sem abrigo.
Buscando um lugar seguro ou talvez nenhum.
- Saiam da frente, que ele chegou agora!
Espalhem a notícia nos montes e alagares de pedra dura!
Pois ele veio para ficar! Ninguém o porá fora.
Com ele vêm nozes, mandarinas ou castanhas para assar!
Os troncos já estremecem de prazer, com os perfumes costumeiros.
São chamas vermelhas ou laranjas, aquecem celeiros e casas, aconchegam mundos inteiros.
As videiras que se despojam, durante o dia, do seu fruto maduro.
Esvaziam-se as cepas e enchem-se cestas de verga, sobre ombros dobrados de vinhateiros.
Dos dias difíceis e das noites em claro, das vindimas escassas ou do pão escuro, um pouco amargo,
sobram canções que se espalham por entre as encostas por vezes ensolaradas.
Horas de muito suor, empenho e trabalho.
Enquanto lagartixas assustadas, milhafres de bico cheio, se escondem do orvalho...
- Abram alas, fechem janelas!
Dobrem joelhos, façam-se vénias!
Abram as portas e cancelas, que o outono chegou!
Chegou a hora de comemorar.
Preparem o porco para o banquete.
Dancem e cantem sem parar.
Cheguem à frente boa gente!
Sentem-se à mesa do trabalhador, é hora do espumante.
Vamos enfim todos em roda alegre, a vindima celebrar.
Abram-se os pipos do quintal, que assim seja até ao Natal!
Ana Mendes




 
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